dia 13 – …

Eu tentei explicar, esses dias, o que se passava. Eu sempre retruco quando alguém diz que isso não é certo, que isso não é serio, quando alguém reprime, quando quem esta de fora tenta por uma ordem na bagunça desses anos, nessas historias todas. Não dá para explicar teu olhar, na porta do carro, como quem diz, eu não devia, mas eu quero, mas eu não entendo, mas quem de nós entende. É como se a gente tivesse entrado numa dança, e a alguém disse, lá de cima, que ela nunca vai acabar, e cada passo para dentro de um são dois para fora do outro, ate que o negocio muda de lado e estamos sempre à mesma distancia um do outro, mas parece tudo longe e estranho, sempre.

Eu só tenho medo que um dia a gente fique velho demais para tantas brincadeiras, que a gente deixe a hora certa passar, e que acabemos, cada um de nós, em um canto, meio apenas conformados, de nada ter sido como a gente queria e meio esquecidos que a gente não sabe ao certo o que a gente quer. Só tenho medo do tempo que passa e da gente, que já deixou de ser criança faz tempo… 

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dia 12 – Hogwarts? não, opa!

Essa é a vista de um dos vários patios internos da École Nationale Supérieure d’Arts et Métiers de Lille, o prédio fica bem localizado, do lado de uma estação de metro e ficaremos por lá até o fim de agosto, tendo aulas de francês, civilização e cultura francesas.

Não foi escolha nossa, tudo fez parte das escolhas da CAPES e do Ciências sem Fronteiras, o que, no fim, resultou em tres grandes turmas de brasileiros. Por um lado é bacana, moramos quase todos juntos, menos os alunos da medicina, e temos aulas todos juntos, no mesmo prédio, no mesmo horário. Por outro lado, somos só nós. Quase 60 brasileiros, em uma cidade não muito grande, com horários idênticos… Acabamos falando um bocado de português… =/

A escola em si é predio emprestado da École Nationale Supérieure d’Arts et Métiers  para a International Academy , que esta organizando nossas aulas. Ele foi destruído durante as guerras, e reconstruído depois, tem aquela estrutura metálica escondia bem a cara da época e é muito bonito. Só tem o problema que achar o banheiro e voltar para a sala sem se perder é quase impossível. As paredes mudam de lugar, só pode.

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dia 11 – Maracatu Atomico

Já tinham me dito que aqui eu escutar mais musica brasileira, er, por hora o que rola por aqui é um misto de Nação Zumbi, Zeca, Tie, Maria Gadú, Chico e por ai vai.

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dia 10 – enfim 10 dias.

Dia 10 – enfim, 10 dias.

Não é como se eu não estivesse em casa, não é como se eu estivesse em casa, apenas é. Não é falta de sentimento, não é desapego, não é nada. Sou apenas eu, sendo eu mesma. É como se há tanto tempo eu já não pudesse chamar um lugar de casa que, na verdade, tanto faz as paredes roxas de fortaleza ou mundo em verde água da residência de Lille ou a vista da pequena varanda do Maranhão. Desfiz esse conceito tem anos, esse conceito de parede, de casa, de lar. Meu lar, talvez, seja mais um ombro em que me encaixo do que um punhado de paisagens conhecidas.

foto da vista do meu quarto, em Wattignies.

Tem horas que eu paro e penso que talvez eu seja louca. Tem horas que bate a certeza. 

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dia 09 – de sol na medida que se tem sol no norte da França

Breve explicação sobre o sumiço: Não, internet não dá em arvore por aqui! Ao contrario do que a maioria esmagadora pensa, sair do Brasil não significa essa exuberância de serviços com excelência… depois vou pensar mais sobre isso, mas, agora, me parece que nossa terrinha oferece serviços de uma qualidade não tão duvidosa assim! =O

Mas, no resumo, o meu computador ta meio quebrado e a residência não tem internet e eu não tenho tempo. Só isso tudo junto.Continuei escrevendo no diário, aquele de papel mesmo, vou transcrever umas coisas aqui. =}

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Dia de tempo bom, o que a gente faz? Sai para comprar tudo aquilo que a gente acha que ainda não tem demais, só que na metade do caminho o tempo vira e voilà, começa a chover e você fica meio congelado, meio molhado, meio perdido e meio cansado.

Quase 10 dias fora de casa, quase dez dias sem minha mãe, para ser bem honesta. Não é aquela saudade esmagadora de quando a gente é pequena, é só um apertinho no peito e a falta de um cheiro comum. Vou procurar um perfume igual ao dela e comprar, só para matar essa saudade de casa. Essa saudade de colo.

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