Dia 23 – 14 de julho e os fogos em Paris.

Como não dormimos na madrugada do dia 13 para o dia 14, cedinho estavamos na rua, a caçando os dessfiles. É praticamente impossivel arrumar um bom lugar para ver os desfiles na Champ Elysées, fica tudo lotado e impossivel de se quer enxergar. Ficamos andando, tentando acompanhar o desfile por fora e acabamos vendo o desfile de carros militares. É até meio assustador, mas não deixa de ser uma experiencia!

Achávamos que as lojas não iam estar abertas, mas como  ja estavamos na Champ Elysées, fomos dar uma olhada. Descobrimos que estava quase tudo aberto! Aqui estamos em mais de 60 brasileiros em Lille, então, de alguma forma ja estamos acostumados com ouvir português o tempo todo, so que nesse dia foi impossível! A cada dois passos encontrávamos alguém falando português. No começo foi divertido, depois ja tava rolando um cansaço básico.

A noite, mais uma vez, como bons brasileiros, saimos tarde demais para ir ver os fogos no Champ de Mars. Tentamos ir de metro até a trocadeiro, a estação mais proxima, que, claro, estava fechada. Então mudamos de linha de metro e descemos bem antes e fomos andando. Não sabíamos a hora certa dos fogos e quando chegamos na Place de la Concorde, longe e muito, eles começaram. Fomos andando pela margem do Seine até quase a torre, mas tava tudo interrompido e ficamos bem proximos. Quando acabou, tentamos ir para o mesmo baile do dia anterior, so que não estava chovendo e o lugar estava mais que lotado, resolvemos que talvez dormir um pouco fosse bom!

Dia 22 – Bal des Pompiers

Em Paris nos dias 13 e 14 não tem como perder os vários Bal des Pompiers que acontecem pela cidade toda. Saímos de Lille as quase 10h da noite e chegamos em Paris pouco mais de 1h depois embaixo de uma chuvinha nada animadora. Fomos até o albergue deixar as mochilas.  Ficamos no D’artagnan. Ele é bem bacana, os quartos ótimos, o pessoal legal, próximo do metro. Só tem um problema de não ser uma região muito legal de Paris… Como nossa diária era só para o dia 14/15, deixamos as mochilas no bagageiro com tranca, o que custou 3,50 euros, e deu para colocar as 3 sem problemas nenhum.

Escolhemos um dos bailes do Marais, na Caserne Sévigné, rue de Sévigné, por indicações. Bem do lado da estação de metro. Em resumo, pelo que eu entendi, os Bal des Pompiers são festas tradicionais que são dadas nos quartéis mesmo. Alguns cobram para entrar, outros não, e lembro de ter lido em algum lugar que os do 17eme chegam até mesmo a tirar a roupa! =O

Esse que escolhemos fica no bairro mais boêmio, pelo que eu sei, de Paris. Não cobraram nada para entrar e a bebida custava 3 euros a cerveja e 2 euros um copo de vinho. Chegamos tarde, mais ou menos 00h30 e só saímos quando a festa acabou, as 4h da manhã. Não sei se foi a chuva, se é normal ser mais vazio no dia 13, mas dia 14 tentamos repetir a noite lá e estava impossível de entrar, lotado!

Mesmo chovendo de leve, a festa foi maravilhosa. Os bombeiros serviam a gente fardados e, mais pro fim, avistamos eles circulando entre o pessoal e paquerando um bocado. Ah, e não sei se era fantasia, o que acho improvável, mas, do nada, avistamos o pessoal do SAMU de Paris dançando no meio da galera!

A festa valeu muito a pena, mesmo com chuva, mesmo com frio, mesmo com a lama e mesmo praticamente obrigando a gente a dormir só 5h em todo o fim de semana. E se eu tiver por aqui na França próximo ano, podem ter certeza que estarei lá!

meu sapato quando cheguei no hostel, a barra da calça não estava muito diferente…

 

Dia 21 – Les gens du nord

Às vezes acho que nosso curso de Francês é tipo uma lavagem cerebral para que a gente aprenda a amar o nord… Mas, às vezes, é bem divertido, principalmente quando inclui cerveja boa, batata frita e musicas engraças… Só podia fazer um pouquinho mais de sol por aqui…

Les gens du Nord
Ont dans leurs yeux le bleu qui manqu’ à leur décor.
Les gens du Nord
Ont dans le cœur le soleil qu’ils n’ont pas dehors

Dia 20 – Babel no Palais des Beaux Arts de Lille

Sábado fui numa exposição muito boa. Segunda exposição desde que cheguei, e eu sei, o ritmo ta fraco, mas ainda to naquela de me estabelecer por aqui.

Aqui em Lille tem o Palais des Beaux Arts, que, segundo um amigo de uma amigo, tem só dez anos, e segundo uma professora, é o segundo maior da França, só perdendo para o Louvre. Claro. Ainda não consegui conferir tudo, mas sábado dei uma passada lá e tenho um ano para voltar quantas vezes quiser, então, preparem-se para ouvir o nome desse lugar várias vezes.

Até janeiro de 2013 tá rolando uma exposição chamada Babel por lá. Como o nome diz, trata-se de uma exposição sobre o mito Babel e sobre sua repercussão pelo mundo. Realmente vale a pena a visita! Ah, e pra quem faz arquitetura, a entrada é gratuita!  ;)

dia 19 – Soldes!

Cheguei por aqui alguns dias antes das famosas Soldes de verão começarem. Na hora de arrumar a mala escutei de todo mundo que não deveria trazer muita roupa, que tudo dava para comprar aqui, e blablabla. Claro que eu não escutei e acabei trazendo quase 50kg de bagagem, dos 64kg permitidos. Podem me chamar de fresca, eu deixo.

Se eu pudesse voltar agora e refazer minha mala, mudaria uns 80% das coisas que trouxe. Primeiro, todo mundo me fez medo dizendo que calças jeans aqui não rolam para mulheres brasileiras! ERRO! Depende da mulher, claro. Para mim, tipo PP ou roupa infantil de C&A, Riachuelo e afins, é um paraíso. Tamanho 34 existe mesmo, e ate nas promoções! *-*

Também a noção de duração das coisas que compro esta totalmente alterada. Não preciso de uma calça jeans ou uma blusa que vá viver mais de duas estações. Não sei nem se vou conseguir levar tudo que já tenho pro Brasil, então as roupas podem se estragar, desde que tenham sido bem baratinhas… Daí abuso de coisas como esse lindo tênis vermelho por míseros 4 euros no Carrefour!

Outra, o clima de Lille é pior do que eu imaginava. Lille fica bem no norte, numa região chamada Nord-Pas-de-Calais, quase Belgica, e eu já sabia que ia ser mais frio que pro Sul, só que sabe-se la porque esse verão não tá rolando, até os moradores daqui tão achando estranho… Então, metade do meu guarda roupa tipicamente tropical vai ficar no fundo do armário até o próximo verão chegar e as viagens de férias chegarem…  =/