dia 17: #insônia 4

Eu quase sinto teu corpo colado no meu, eu quase sinto tu me conduzir numa dança, eu quase sinto teu cheiro e minha cabeça no teu ombro descansando do que eu não sei o que foram os últimos anos. Eu quase sinto tu aqui do meu lado, encostado, pele na pele, mais nada.

Eu sinto tua mão, e tua barba, e tua confusão, que extrapola, que sai, poro por poro, como um cheiro que me atrai a cada passo. O tempo não tem, o espaço não tem, não tem nada. Tem teu passo, tua musica, teu jeito. Tem eu, derretida, sendo conduzida, como um boneco, como uma brinquedo, que, às vezes, tu joga para longe, às vezes tu trás tão perto que se confunde, funde, contigo.

Tem um musica, um som de fundo, que não tem nome, mas tem marca, um barulho, num ritimo, que cresce e diminui, junto com a gente, e agora, tem um publico, que olha, com inveja e desejo, a dança perfeita, do que foi ou do que é.

Então, não tem nada, e está frio, e eu não sei se dormir, se foi real ou não. Já ouvi alguém dizer que a insônia é assim, a gente dorme e não sabe se dormiu ou se foi tudo real. 

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